Você já parou para pensar na quantidade de poluentes que produzimos? Desde a confecção de um material de decoração, uma peça de roupa, ou uma garrafa. O pior é que na maioria das vezes o lixo é descartado em rios, terrenos ou em alguns casos são incinerados e este processo acaba formando o gás carbônico, nocivo ao meio ambiente.
Pensando nisso, hoje as indústrias da moda, alimentícia, agricultura, design, construção civil e tantas outras, buscam meios de tornar esses processos menos nocivos ao ambiente, onde se preocupam cada vez mais com o futuro do planeta.
Essa técnica que utiliza de matéria-prima preparada com base em plantas e substâncias orgânicas substitui compostos poluentes, alguns são reutilizados de sobras da agricultura e da indústria alimentícia, resolvendo grande parte desse problema grave que é o acúmulo de lixo.
A criação dos biomateriais vem da influência do conceito de economia circular. Esse conceito que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais, por meio de novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.
Em um guia de design feito pela fundação Ellen MacArthur, organizadora internacional e difusora dessa ideia, diz que manter os materiais dentro da cadeia produtiva pelo maior tempo possível colabora para frear a extração de recursos finitos e promover a regeneração de ecossistemas.
A arquiteta Léa Gejer, fundadora da Flock, consultora para projetos de design e arquitetura circulares, e sócia do site educativo Ideia Circular, afirma que o designer, hoje, deve se preocupar com a procedência e o destino dos ingredientes que usa em seu trabalho. Ele precisa planejar o descarte de suas peças, é como desmontar e reinserir cada parte delas no ciclo de fabricação.
QUE TIPO DE MATERIAL PODE SER PRODUZIDO?
✔ Ladrilhos feitos de cimento e carbono extraído da poluição do ar
✔ Tapete feito com nylon resgatado de redes de pescas
✔ Couro que pode ser feito tanto com cacto ou cogumelo
✔ Plástico feito com cana de açúcar
✔ Cogobó Mundaú, um produto nacional de Marcelo Rosenbaum, Rodrigo Ambrosio e Itamácio Santos, que dá novo significado às conchas de sururu descartadas: trituradas, elas entram na massa do elemento vazado. O projeto social nasceu na comunidade da Lagoa do Mundaú, em Maceió, e foi incorporado ao catálogo da marca de cerâmica Pointer.
O Instituto A Gente Transforma uniu forças com a comunidade de catadores de sururu do entorno da Lagoa de Mundaú, e especialmente com o artesão Itamácio Santos, para criar o Cobogó Mundaú, uma manufatura semiartesanal.
A fabricante de cerâmica Portobello tomou conhecimento da ação por meio das redes sociais de Marcelo Rosenbaum, e decidiu encampá-la ao comprar os artigos confeccionados pelo grupo e colocá-los no mercado por meio da Pointer, seu braço democrático. Nascido no programa Maceió Mais Inclusiva através da Economia Circular, o bloco foi finalista do prêmio Human City Design Award, conferido pelo governo de Seul, e foi o ganhador do Prêmio Casa Vogue Design 2021 na categoria Revestimentos.
Fonte: Casa Vogue/Globo